quinta-feira, 30 de abril de 2015

Um elogio por dia não sabe o bem que lhe fazia!

"Parece uma princesa de cor de rosa"!

Soou bem no coração! :)

Festa!

Chapéus na cabeça! Apitos sonoros! Bolo! Velas! E muitas gargalhadas!
Depois vieram as palermices e as conversas boas. Rir até doer a barriga! Há coisa melhor?
O que este grupo gosta é de festa! :)

Mais andorinhas na família!

Agora foi a vez da mãe cumprir um sonho e eternizar uma das palavras que ela mais preza: Família!
E foi ela que me ensinou, desde muito cedo, o peso e o valor desta palavra!
[E uma vez mais: Obrigada Gui, da Art of Ink]

terça-feira, 28 de abril de 2015

Fechar os olhos e...acordar em Paris!

Anoitecer, na Ponte Alexandre III - Foto de nossa autoria :)

Há dias em que só me apetece correr para os sítios onde já fui muito feliz!

Sou da opinião de que se deve voltar aos lugares onde já fomos felizes, desde que acompanhados, sempre, pelas pessoas certas! Madrid e Barcelona, onde voltei e fui mais do que feliz, são prova disso!

Felizmente, já tive oportunidade de conhecer algumas cidades europeias e garanto que voltaria, agora, a todas! Há sempre mais para ver e descobrir!

A última viagem foi em Janeiro e foi a Paris. Hoje, só queria voltar! Dispensava o frio típico da época e da cidade, mas só me apetecia voltar a percorrer aquelas ruas, descobrir um edifício deslumbrante a cada esquina, beber da história da Capital francesa e deixar-me envolver pelo glamour parisiense! Voltaria, claro, com o mon amour porque sem ele Paris não teria o mesmo encanto! Dizem que é a cidade do amor e nós fomos comprová-lo!

Voltamos?! Afinal, «we'll always have Paris»!


segunda-feira, 27 de abril de 2015

#viagensdemetro #1

[anormal

adjetivo de 2 géneros
1.que se afasta da norma ou da média
2.que faz exceção
3.irregular
4.anómalo
5.figurado, pejorativo tarado]

É a segunda vez que me cruzo com ele. Da primeira, ele estava a falar sozinho em pleno metro. A resmungar qualquer coisa sobre os picas. Inicialmente achei tratar-se apenas de um homem enfurecido com alguma situação. Mas, depois, a falta de coerência no discurso, o olhar vidrado e o balançar do corpo denunciaram-no. As pessoas esperaram que ele saísse para rir e comentar.

Hoje lá estava ele outra vez. A ouvir música, a baloiçar e a cantar. Nada importado com os risinhos, os olhares a gritar "cala-te" ou os sopros para o ar que denunciavam já não poder ouvir a cantoria. Em vez de atentar nele, observei os outros. E ver o olhar de escândalo e e o horror com que olhavam para ele chocou-me. Todos o julgavam, o censuraram, o recriminavam e, pior, desejavam que ele não existisse!

Tive pena! [Muitas pessoas censuram a pena. Dizem que é um sentimento pouco nobre. Mas eu sinto tantas vezes pena. Podia chamar-lhe compaixão. Era mais bonito. Mas o que sinto é mesmo pena]
Tive pena! Dele, mas sobretudo dos outros. Ninguém viu que ele era apenas um anormal. Alguém que tem uma estrutura mental diferente do comum e que, coitado, tem que viver num mundo de pessoas bem comportadas que, para ele, não passam de anormais?!

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Está de chuva e o sono pesa!

Os meus olhos pesam. As minhas pernas pesam. Os meus braços pesam. Quero a minha cama!

Voltar ao trabalho tem as suas coisas boas. Apesar de, por vezes, insuportáveis, as rotinas ajudam a que a vida siga em frente. Encontramos as mesmas pessoas de sempre, de quem começamos a sentir uma ligeira saudade numa semana de ausência, percorremos os mesmos caminhos e descobrimos a cada dia um novo pormenor da calçada. Eu tenho uma relação de amor e ódio com as rotinas. Não sei viver nem com, nem sem elas. Mas, a verdade é que quando queremos seguir em frente, as rotinas podem ser as nossas maiores aliadas.

No entanto, ir trabalhar depois de uma noite dos infernos não é fácil. O pai dormiu três horas, se tanto! O sono não vinha, a mãe desesperava. Tomou uma pastilha e nada. Duas pastilhas e nada. Três da manhã e nada. Levanta, fuma, deita. Isto a noite toda! Troquei de "poiso" com a mãe para que ela pudesse descansar e lá fiquei, ao lado dele, a tentar perceber o que se passava e a desesperar por o tranquilizar.

Se ele fosse um menino, tinha-o pegado ao colo e cantado uma canção de embalar!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Um dia bom...Um dia mau...Um dia assim-assim!

Qual montanha russa, esta vida é repleta de altos e baixos! 

Nos dias menos bons, em que ele está pior, a minha mãe dispara "já tive mais esperança" e o coração estremece!

domingo, 19 de abril de 2015

Fim de semana é sinónimo de ronha!

O tempo não convidou para grandes passeios. E se é verdade que adoro o sol e passar bons momentos na praia e no campo, também é verdade que adoro dormir!

Sou uma preguiçosa nata! A minha mãe conta sempre, a propósito desta minha particularidade, que até para nascer fui preguiçosa. Esteve 12 horas à espera que eu decidisse arriscar e espreitar cá para fora, o que só aconteceu depois das 11h30 que eu não sou pessoa para gostar de acordar cedo. Por isso, quem torto nasce, tarda ou nunca se endireita.

E quando a chuva se faz sentir (odeio chuva!), a cama é o meu local preferido. O Bruno sofre nos meses de Inverno em que eu literalmente hiberno e a minha disposição para programas fora de portas (ou para lá dos lençóis) é muitas vezes nula. Além disso, depois de uns dias exigentes, em que me anulei em prol dos outros, só preciso de uns momentos a sós. Ou seja, deitar a cabeça na almofada, sonhar e abstrair até adormecer e depois permanecer assim, na ronha. Ouvir o mundo como barulho de fundo e fingir que não existo. Sabe tão bem! :)

Este fim de semana foi assim. O Bruno, uma vez mais, compreendeu e juntou-se a mim. Pernas entrelaçadas no sofá, manta e até chocolate. Ah, e é claro, as mesmas parvoíces de sempre.  E, pronto, basta isto para sermos felizes!

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Primeira fase: DONE!

Já estamos em casa. Todos!

Correu bem e, por isso, PRIMEIRA FASE CONCLUÍDA! :)

Ele está bem, animado e sem dores. Agora é recuperar bem e ganhar forças para o que se segue. Ainda agora começou e temos que ter noção disso, mas também temos que seguir com a mesma força e coragem com que demos o primeiro passo :)

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Correu bem!

A laparoscopia confirmou que a doença está só no estômago e à volta da sua parede externa.

E já tem o cateter para iniciar a quimioterapia. Por isso, para a semana voltamos cá para uma reunião de grupo, na qual vai ser decidido o esquema da quimioterapia. E depois são mais duas semanas para que ele possa começar o tratamento.

Vai resultar! Só pode resultar! Só espero que ele tenha a força necessária para que tudo corra bem; a força para aguentar o que se segue. Ele vai ter, eu sei que vai! E vamos vencer!

Hoje foi mais um dia bom :)

terça-feira, 14 de abril de 2015

Internado

Viemos a uma consulta. O internamento seria amanhã, mas afinal houve um mal entendido e ele fica já hoje.

O PET mostrou que não tem ramificações da doença à distância. Por isso, há esperança!!!!!

Subimos para a enfermaria com um grupo de doentes que vão ficar internados e foi impressionante ver que iam todos com espírito positivo. Quase como se fossem de férias, a fazerem piadolas com o facto de parecer que estavam numa excursão. Haja alegria! :)

E uma boa notícia para acabar o dia

O resultado do PET foi favorável e vamos avançar com a realização da laparoscopia para melhor estadiamento do tumor.

Amanhã voltamos ao IPO e na quarta-feira já fica internado.

As coisas estão a andar, finalmente! E vai tudo correr bem! Só pode correr bem! :)

Ele continua animado. Coragem!

segunda-feira, 13 de abril de 2015

FÉ! ESPERANÇA!

Hoje o dia será passado pelos corredores do IPO-Porto. Chegámos às 8 horas. Ele entrou, sozinho.
Eu vagueio por aqui. Para trás e para a frente. Estou num hospital, mas não sinto a doença. Olho à volta e na maioria dos olhos que fixo vejo esperança, força e coragem! Em alguns vejo medo também. A primeira vez que viemos às consultas no IPO, já conhecíamos o diagnóstico. E, talvez por isso, os meus olhos gritavam de tão apavorados que estavam. Hoje, o coração está mais sereno. Mas, ainda assim, preciso de ficar sozinha, chorar sozinha. E, por isso, corro para aquele que tem sido o meu refúgio: a Igreja!
Sempre questionei tudo o que os padres proclamam nos altares, o que as catequistas teimavam em ensinar. Sempre tive fé - umas vezes mais, outras menos - mas sempre foi uma fé tão diferente daquela que é praticada nas igrejas e ao meu redor. Ainda assim, desde que esta jornada começou, tem sido a fé a salvar-me. Sento-me na Igreja vazia e falo com Deus, mas um Deus que é justo, bondoso e não tem nada de punidor ou castigador.
Fiquei uma hora ali, com Deus e comigo mesma. Chorei. Rezei. Sorri. Estou pronta para continuar.

domingo, 12 de abril de 2015

«Asas servem p’ra voar»



Esta foi uma das frases que mais me acompanhou ao longo dos últimos anos. Esta vontade de conhecer o mundo, de sonhar o impossível, de ir… Ir mais além, ir para onde os sonhos me levarem. E, depois, esta necessidade de ficar junto daqueles que me são mais queridos, próximo dos “meus”. Este aperto no coração cada vez que vou e a necessidade de voltar, sempre, para casa. Aquilo a que muitos chamam saudade; eu chamo amor. Conjugar um coração independente com o amor incondicional que liga uma família nem sempre é fácil. Durante anos, estes sentimentos – por serem tão ambivalentes – despertavam apenas rebeldia. Mas, cresci e aprendi que posso zarpar para onde os sonhos me levarem porque tenho sempre a minha âncora bem segura na Família, no Amor e nos Amigos. Estes são o meu porto de abrigo: os que partilham a brisa suave da maré baixa num dia de sol e os que não me deixam naufragar quando a tempestade chega. Aprendi que os ventos sopram, por vezes, com muita força, mas quando somos abraçados por quem nos quer bem, não há vento ou onda gigante que nos tire do lugar. Lutei contra ventos e tempestades a vida toda e esta âncora permitiu-me continuar em frente, sempre. Além disso, a minha família é, verdadeiramente, como um bando de andorinhas: voamos sempre juntos, na mesma direção, fugindo das tempestades em busca da luz do sol. Somos quatro e seremos sempre quatro, aconteça o que acontecer. E, de cada vez que a vida nos põe à prova, voamos com mais força. E a vida já nos pôs à prova tantas vezes!!! Continuar, assim, unidos é, por isso, um orgulho. E, agora, mais uma vez, estamos a dobrar o Cabo das Tormentas. A vencer, juntos, o cancro – esse bicho que se instalou repentinamente nas nossas vidas e nos fez questionar tudo. Mas, venceremos! E, se porventura não vencermos, tal como o meu pai repete incessantemente: «Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera». Não acabará, nunca! Enquanto esta âncora permitir que o barco não se afunde e enquanto houver paraíso para as andorinhas migrarem!

Ficou perfeita. Em cada elemento está a minha história.

Trabalho realizado pelo Gui, da Art of Ink (Blog: http://tatuandohistorias.blogspot.pt/)

E para fechar o fim de semana...

... Cinema com os amigos!
Quem disse que o fim de semana é para descansar? Este cansou e muito, mas valeu muito a pena! :)
Foi uma boa forma de carregar a minha bateria com muita energia positiva para a semana que se avizinha.

Amanhã, será um dia muito decisivo! Será o dia! :)

Deixar entrar o sol...

...e ser feliz!

sábado, 11 de abril de 2015

O meu corpo é tela

Um livro em branco com 1,54 metros de altura. O meu corpo é assim, tela para gravar as lições mais valiosas que a vida me dá.

E, hoje, escrevo a segunda página deste livro!

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Dia dos irmãos. Do amor maior da minha vida

Não há nada mais puro do que estes sorrisos!

Jantar com as amigas #1

Não há nada melhor do que pôr a conversa em dia com as amigas. Poder passar meses sem nos vermos ou falar e, depois, sentar à mesa como antes e dizer as coisas mais parvas e, também, as mais sérias com a mesma naturalidade de sempre.

Ainda para mais se o jantar for repleto de coisas boas (e calóricas) como este :)


[Fotos roubadas da Tasquinha do Caco. Um sítio muito agradável para um jantar descontraído na linda cidade Invicta, onde se pode saborear os sabores típicos da ilha mais linda do mundo: a Madeira]

quarta-feira, 8 de abril de 2015

De volta ao aconchego das palavras

[Voltei aqui porque as palavras sempre foram o meu refúgio. Porque, nos últimos tempos, o sabor amargo da diferença tem tentado anular o doce da vida. Porque vou iniciar uma longa jornada e quero que cada lição fique eternizada e só as palavras conseguem imortalizar as pessoas e as suas vidas]



Estamos a calçar as luvas, a fazer o aquecimento, a exercitar os músculos do coração e, sobretudo, da alma.
Achamos que sabemos o que nos espera. As dificuldades que se avizinham. Os dias difíceis e, sobretudo, dolorosos. Mas, provavelmente, não fazemos a mínima ideia de quão longa vai ser a nossa jornada. Nossa. De todos. Juntos, como sempre. Não fazia sentido de outra maneira senão assim, em uníssono nas gargalhadas, mas também aconchegados na dor.

Naquele dia em que a enfermeira entrou, acanhada, na sala de espera e chamou um familiar, eu sabia que as notícias não seriam boas novas. Se fossem boas, a médica não precisaria de falar primeiro com um familiar e só depois com o paciente. Eu sabia. Eu até já tinha pesquisado sintomas de cancro do estômago e do cólon e de sei lá mais o quê. Mas o que ele tinha poderia ser sintoma de tanta doença e, ao mesmo tempo, de nada. Por isso, apesar de implorar para que ele fosse ao médico, eu tinha esperança que aquilo não passasse de um mal estar passageiro ou de uma bactéria qualquer activa. Ainda assim, quando me sentei e foquei nos olhos da médica, atirei convicta: "Pode dizer. Já estamos à espera de más notícias!" (Que parvoíce! Que inocência! Que leviandade! Nunca se está preparado para ouvir a sentença que se seguiu!). E ela, com cautela, afirmou: "O seu pai tem uma úlcera muito grande no estômago. Tirámos amostras para análise e só vamos saber se é maligno ou benigno depois da biópsia. Ainda assim, pelo aspecto e tamanho daquilo, é para retirar o estômago todo. Não perca tempo. Corra para o IPO, o seu pai precisa de ser tratado com urgência".

Mas que grande abanão! Só pensava "não chores! não chores, por favor!" e a seguir pensava "como é que a mãe vai aguentar mais isto? Como? Porquê a nós? Já não temos que chegue?". Nestas alturas, aquela ideia retrógrada de que estamos a ser castigados ou a ser postos à prova por qualquer motivo vem-me sempre à cabeça. É uma estupidez, eu sei, mas não consigo evitá-la!

Ela tentou mostrar-me que aquilo não era o fim do mundo, que muita gente vive anos sem estômago, fazendo uma vida relativamente normal, que ele iria apenas precisar de mudar alguns hábitos, como deixar de fumar (40 cigarros por dia! 40!!! Ou mais!!!), evitar consumir bebidas alcoólicas (que eram diárias. Um copo de vinho verde às refeições, um Martini a meio da manhã e uma bela de uma cerveja a meio da tarde. Coisa pouca, portanto!), aprender a comer outros alimentos pouco habituais. E eu gritei. "Ele não vai mudar! Não vai! Não é homem para isso! Há anos que lhe peço para mudar e nada! Não vai!". Ela insistia: "Vai ver que vai. O susto vai fazê-lo mudar e aprender".

Ouvi a médica a contar-lhe. Percebi que ele não estava a ter a real noção da gravidade. Impulsiva, como sempre, atravessei a cortina e disse abruptamente: "Provavelmente (se calhar até me esqueci do provavelmente) tens cancro do estômago. Vais ter que retirar o estômago. Vamos para o IPO tratar da situação". Ele calou, por breves momentos. A médica explicou novamente, com mais cautela e precaução. No fim, ele disse, com o mesmo humor peculiar de sempre, "quando morrer sou um defunto, senhora doutora". Tantas vezes me apeteceu esganá-lo pela sua inconsequência. Bater-lhe como se faz a uma criança mal comportada pela sua irresponsabilidade e falta de cuidado para consigo mesmo. Tantas vezes me apeteceu arrastá-lo por um braço até ao médico. Mas, o respeito que se deve ter a um pai impediu-me de tudo isso. Quem me dera não o ter respeitado tanto!

Ao chegar a casa, lá foi ele ao café. "Vou registar o Euromilhões", disse! Quando lá cheguei, estava a beber uma cerveja. A beber uma cerveja depois de ter estado horas em jejum, ter feito endoscopia e colonoscopia com sedação, ter descoberto que tem uma doença grave. Lá estava ele, com a mesma irresponsabilidade. Que fazer? Bater-lhe? Ai que tanto me apetecia trocar de papéis e espancá-lo! Mesmo que ache que essa não é a melhor forma de educar, era só isso que me apetecia fazer naquele momento. No entanto, foi a última cerveja. Há mais de um mês que não toca em álcool. Passou de 40 cigarros para 10. E teve mais força do que qualquer outro. Animou-nos. Proibiu-nos de chorar e prosseguiu a vida com a certeza que isto se ia resolver. "É tirar o estômago e pronto", dizia. Mas não é. Não será.

Primeiro, quimioterapia. Depois, logo se vê. Pelo menos isto é o que se espera agora porque, entretanto, neste processo de consulta e admissão no IPO-Porto, já achámos de tudo e mais alguma coisa. Primeiro, pensámos que seria apenas operar. Depois de falar com o médico, fiquei com a certeza que pouco haveria a fazer e operar estava fora de hipótese. Umas quantas segundas opiniões e  a quimioterapia parecia a "solução" ideal para já. E, agora, aguardamos por segunda-feira, pela realização do PET - o exame decisivo que vai averiguar se se realiza Laparascopia para melhor estadiamento do cancro ou se se avança já com a quimioterapia sem pensar em operar sequer. Tudo se vai decidir na próxima semana.

Enquanto isso, preparámo-nos para a luta. A minha mãe já se reergueu do choque, do medo de ficar sozinha na vida, sem o seu grande amor. Ela que passados 36 anos continua apaixonada pelo homem com quem se casou aos 17. Ela que viveu uma vida de percalços. Ela que lutou a vida toda, aprendendo a sorrir em cada momento e a esconder as lágrimas. Ela ficar sem o seu amor é duro demais.

A minha irmã passa ao lado de tudo isto. Na sua inocência de bebé grande. Na sua gargalhada de amor. Na sua ternura. No seu mimo. Passa ao lado porque não tem capacidade para perceber o que se passa. Porque a sua doença não permite. Antes assim, coração de amor quem nem sabe sequer pronunciar dor.

Eu, eu sei lá. Aprendi, muito cedo, a sorrir para a vida, mesmo quando esta só nos quer derrubar. Fiz-me mulher, no verdadeiro sentido da palavra: forte! Mas, ainda assim, tropeço nestas pedras que encontro no caminho para logo me levantar e continuar. Não há tempo para lamurios e tristezas. Por isso, prossigo. Rodeio-me de tudo aquilo que me faz bem. Repenso o futuro e redefino objectivos. Adio o que tiver que adiar. Agora, importa - como sempre importou, mesmo quando a rebeldia não me deixava admitir - a família. Só a família! Mas, também choro. A minha saúde mental assim o exige.