terça-feira, 2 de junho de 2015


Há dias em que sinto uma saudade enorme de ti. Como se algum dia te tivesse perdido.

Nunca te perdi. Mas, a verdade é que, também, nunca te tive.

Tenho saudades de ser a mais nova e, por isso, a mais protegida!
Tenho saudades de te ter aqui, ao meu lado, a dividir o peso comigo!
Tenho saudades de te ouvir dizer que estamos juntas, sempre!
Tenho saudades de te ouvir chamar-me criança mimada e birrenta e de fazeres disso uma piada!
Tenho saudades do teu colo para chorar! Mas, sobretudo, para rir!
Tenho saudades de te ouvir queixar sobre os dramas da mãe, ajudando a desvalorizá-los!
Tenho saudades de seres o pilar da mãe enquanto eu sou a menina do papá!
Tenho saudades até do teu filho que agora seria a luz desta família e nos faria esquecer de todos os problemas com a sua inocência de criança!

Tenho saudades de ter a irmã que nunca tive! Imagino como seria se a vida não nos tivesse trocado as voltas, sabes? Imagino a tua personalidade, as tuas manias e caprichos, a tua bondade e a tua tranquilidade! Ao contrário de mim, serias serena, daquelas pessoas que sabe tranquilizar o mais aflito de todos os aflitos! Imaginar dói, mas é inevitável. E, nestes dias, sinto uma falta imensa de alguém com quem partilhar isto que estamos, todos, a ultrapassar!

E olho para ti e lá estás tu, qual bebé à espera do meu beijo e do meu mimo! Sem imaginar sequer o que isto é, o que dói e o quanto custa. [Esta dor aperta-me a garganta de tal modo, neste momento, que quase sufoco]. E lá estás tu, com 32 anos e o comportamento de seis meses! Na tua doce inocência, na calma dos teus dias que se resumem aos nossos beijos e às músicas do Mickey no Disney Channel. Eu entro e tu espreitas-me de soslaio implorando pela minha brincadeira contigo e eu... Eu, a maior das egoístas, só imploro por te ter um dia, como uma irmã mais velha normal. Pronta a dar-me colo e porrada. Afinal é isso que os irmãos dos meus amigos fazem, sabias?

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